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Foto: Ana Vitoria Gaspar da Silva

Revendo Cazuza: Boas Novas - Um Documentário de Amizade e Liberdade

No dia 13 de julho de 2024, tive a oportunidade de estar presente no 2º Festival Curta! Documentários, no NET Rio em Botafogo, para a apresentação do documentário “Cazuza, Boas Novas”. Com direção de Nilo Romero, amigo de Cazuza, e montagem de Jordana Berg, o documentário retratou uma parte da vida de Cazuza, a partir da descoberta da infecção pelo HIV. O filme é biográfico, mas com o olhar íntimo de Nilo, que conduziu e narrou esse período de forma tocante.

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Como uma grande fã de Cazuza, e tendo sido adolescente nos anos 2000, quando o rock nacional estava em alta com nomes como Cazuza, Raul Seixas e Renato Russo, assistir ao documentário me trouxe uma sensação de nostalgia, mesmo não tendo vivido na mesma época.

“Cazuza, Boas Novas” aborda as amizades, amores, família e polêmicas de Cazuza, em um período pós-ditadura em que os jovens buscavam liberdade. Cazuza era o símbolo dessa juventude, o que incomodava a sociedade conservadora da época, algo bem retratado em uma matéria da revista Veja da época.

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Após a apresentação do documentário, houve uma conversa com Nilo Romero e Jordana Berg sobre a idealização e montagem do filme. Ambos destacaram que o filme não era uma biografia convencional, mas sim sobre amizade. Nilo fez questão de aparecer no filme, preservando essa amizade única.

 

A intenção não era criar um "Wikipedia" do Cazuza, mas sim um fluxo musical afetivo que ajudasse a construir um caminho biográfico, rompendo com a cronologia linear. O documentário começa com a amizade, passa pelo Rio de Janeiro e abrange a cronologia de sua vida, incluindo momentos com o Barão Vermelho, família, doença, ideologia, morte, luta, amor de Ney Matogrosso e questões políticas, especialmente quando Cazuza ficou doente.

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A narrativa não seguiu os três atos tradicionais referentes aos discos, pois durante "Ideologia", Cazuza já estava debilitado e não compondo. O filme começa com "Boas Novas" e termina com "Ritual", a pedido de Nilo.

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Um dos desafios foi apresentar Cazuza para uma nova geração. Por isso, o documentário começa com ele reclamando que não queria mais fazer shows, utilizando uma linguagem documental com dois roteiros: um para as entrevistas, que deixa o filme em aberto, e outro para decidir o que incluir ou retirar do documentário.

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Texto Ana Vitoria Gaspar da Silva

31/07/204

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